Dentre as 63 ações que compõem o Ibovespa, nada menos do que 14 ações ou 50% do peso do índice correspondem a empresas ligadas diretamente a commodities. Diante disso, de uma forma sincera, não sei, portanto, se o título deste post está correto ou seria melhor colocar como "A Commoditie dependência".
Commoditie pode ser definido como mercadorias, principalmente minérios e gêneros agrícolas, que são produzidos em larga escala e comercializados em nível mundial e por ser negociado em Bolsas de mercadorias, seus preços são definidos em nível global, pelo mercado internacional. O Brasil é um grande produtor e exportador de commoditie e dentre as principais estão petróleo, café, suco de laranja, minério de ferro, soja e alumínio.
Dentre as 5 empresas com maior peso no índice estão: Vale (17,3%), Petrobras (14,5%), Itau-Unibanco (4,7%), BMFBovespa (4,2%), e Gerdau (3,7%). Portanto, apenas entre as 5 empresas com maior peso no índice, 3 estão ligadas diretamente a commodities constituindo mais de 35% do Ibovespa.
Para efeito de comparação, estive analisando alguns outros índices de Bolsas pelo mundo e constatei que apenas na Rússia, assim como no Brasil, ações de um mesmo setor constituem um nível elevado dentro do índice criando uma dependência na rentabilidade. Na Rússia, o índice RTS, possui entre as 5 ações com maior peso, 4 ligadas diretamente a commodities ou 46,5%. Para se ter conhecimento, Gazprom e Lukoil com 15% cada, Sberbank com 13,7%, Rosneft (empresa ligada ao setor de óleo e gás) com 8,5% e Norilsk Nickel (empresa voltada ao setor de minerais) com 8%.
Continuando alguns comparativos, temos nos EUA índices bem mais balanceados. No Dow Jones atual, por exemplo, temos IBM (8,7%), 3M (5,8%), Chevron (5,6%), United Technologies (5,2%) e Boeing (5,0%). Já no SP500, temos ExxonMobil (3,0%), Microsoft (2,2%), Apple (2,2%), General Electric (1,86%) e Procter & Gamble (1,7%).
Outros índices que estive analisando e que também possuem empresas em setores distintos tornando o índice mais balanceado são: DAX (Alemnaha), Swiss Market Index (Suiça) e AEX (Holanda). No DAX as 5 ações com maior composição no índice são: Siemens e E.ON com 10% cada, Bayer (8%), Allianz (7,5%) e Basf (6,9%).
Na Bolsa Suiça, predominam: Nestle (21,4%), Novartis (16,2%), Roche (15,6%), UBS (9,1%) e Credit Suisse (8%). Na Holanda as 5 ações com maior participação são: Unilever e Royal Dutch Shell com 15% cada, KPN (10,3%), Arcelor Mittal (9,2%) e Philips (6,9%).
Portanto, como constatação diante do quadro visto acima, é possível definir as Bolsas do Brasil e Rússia muito dependentes do mercado internacional que define os preços das commodities. No meu modo de ver isso não pesa contra ou a favor dos respectivos índices, mas torna uma "obrigação" estar atento aos mercados futuros que definem os preços dos produtos. Não se pode esquecer que cada país tem em seu índice de Bolsa uma formulação diferente e se modificam mais rapidamente ou não, o que dificulta uma comparação ou análise maior em relação a este tema.
Caso tenha interesse em entender um pouco mais sobre os índices de Bolsas, acesse: http://www.absoluteastronomy.com/topics/List_of_stock_market_indices
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