Fim do mês de Abril e as dúvidas e perspectivas sobre o mercado de ações e renda fixa continuam, como sempre acontece e acontecerá. E, ao fim dos meses, muitos gestores de fundos divulgam relatórios apresentando os motivos da queda/alta de rentabilidade do respectivo fundo. Dentro de cada relatório, é possível notar as variáveis e a diversidade que cada gestor apresenta para as perspectivas futuras e os pensamentos semelhantes e antagônicos entre os mesmos sobre o período atual da economia mundial. Portanto, nesse post, colocarei algumas passagens interessantes de cada relatório que costumo ler cada mês. É evidente que aqui neste post teremos poucas opiniões, ainda mais se compararmos proporcionalmente com o tamanho da indústria de fundos, até porque não é possível acessar a maioria dos relatórios que são disponibilizados apenas para os respectivos cotistas de cada fundo.
Sparta Fundos - Sparta Cíclico FIM: "O anúncio de novos pacotes de ajuda financeira a Grécia não tem sido suficiente para acalmar os ânimos do mercado. De toda a forma, acreditamos que os impactos no Brasil serão pequenos, trazendo apenas alguma volatilidade aos mercados no curto prazo. As sucessivas medidas de aperto monetário na China, que tem por objetivo conter a especulação imobiliária no país, vêm sendo fonte de preocupação adicional para o Brasil, grande exportador de commodities. Por outro lado, a economia americana continua sua trajetória de recuperação não inflacionária. No Brasil, o BC iniciou um ciclo de aperto monetário para trazer a inflação novamente para níveis de conforto, conforme já era esperado pelo mercado."
Geração Futuro - Geração Programado FIA: "o principal indicador do desempenho do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa, mantém-se praticamente estável, sem valorização, desde meados de Outubro de 2009 - naquele momento, o Ibovespa acumulava alta de quase 80% em 2009. Esta situação, em que o índice de mercado permanece há quase 200 dias sem valorização, sinaliza uma atrativa oportunidade de investimento, principalmente se considerarmos o bom momento da economia brasileira que se encontra num cenário muito melhor e mais favorável que o vivenciado no último trimestre de 2009."
CSHG - CSHG DI FI Referenciado: "O comprometimento da União Européia e do FMI com uma série de medidas para garantir recursos à Grécia no curto prazo não foi suficiente para consolidar uma visão de recuperação de solvência do sistema. A propagação da crise de confiança grega a outras regiões, como Portugal e Espanha, traz riscos mais relevantes à economia mundial, dada a conexão desses países ao resto do mundo. O temos desse contágio ajudou a retirar o foco da recuperação dos EUA, que apresenta uma recuperação consistente da economia em 2010 e com perspectiva favorável. Dessa forma, se um cenário de contágio se materializar, reflexos serão sentidos em todos os mercados, inclusive no Brasil, onde se vive hoje a situação oposta: excesso de crédito e crescimento da economia acima do potencial. Em relação ao Brasil, a tendência agora é que a curva de juros aponte para novas altas de 0,75%, embutindo algum prêmio, já que o risco inflacionário não foi contido. Obviamente a situação européia será observada pelo Comitê do Banco Central e o agravamento poderá modificar sua forma de atuação."
CSHG - CSHG Verde FICFIM: "Como já disse inúmeras vezes e continuará sendo o tema central de nossos materiais, o modelo de desenvolvimento brasileiro (que incentiva enormemente o consumo em detrimento do investimento) provoca uma pressão estrutural sobre a inflação. É claro que a convergência se dará um dia, mas acho que este dia é mais distante do que estes mercados apontam atualmente."
"A aversão ao risco da contaminação global da crise européia, manutenção das commodities em patamares estáveis, crescimento acelerado do déficit em conta corrente brasileiro, perda de competitividade industrial e mudança do paradigma de política monetária devem prejudicar a apreciação do real."
"Continuamos achando que se a sustentabilidade fiscal for garantida, o investimento de verdade for retomado e a inflação for controlada, a perspectiva para a recuperação das ações nos próximos anos será excelente."
CSHG - CSHG Strategy II FIA: "De fato, a grande novidade da economia brasileira é a aceleração inconteste da atividade no primeiro trimestre do ano. Neste sentido, os últimos números levaram várias das principais casas de análise do mercado a revisar as projeções de PIB para patamares acima de 7,0% acima de 2010, a maior taxa de crescimento dos últimos 25 anos."
"Nesse momento de maior instabilidade macroeconômica externa, nós acreditamos que a escolha de boas empresas e a manutenção do nosso processo de análise de risco/retorno é de extrema importância para a gestão do portfólio."
SKOPOS: "Alguns eventos são absolutamente previsíveis e mesmo quando acontecem, pegam o mercado de surpresa. A Grécia sempre teve uma política fiscal insustentável, entretanto o mercado de títulos sempre esteve aberto aos gregos. Acreditamos que a Europa era um problema suficientemente grande para trazer ruídos ao Brasil. Por outro lado, fundamentalmente, a China é a maior alavanca dos mercados brasileiros. Assim, como a Grécia, a China vai ser um acidente previsível (especialmente depois que acontecer) mas que vai pegar o mercado de surpresa. Só que neste caso, seremos diretamente afetados."
Claritas: "Projetamos IPCA médio de 0,45% ao mês de junho a dezembro. Somando ao aumulado no primeiro trimestre e às nossas projeções de abril e maio, esperamos IPCA de 6,2% em 2010."
"Consideramos o pacote de ajuda a Grécia, somado aos relaxamentos dos critérios para aceitação de colateral na concessão de resursos da parte do Banco Central Europeu, reduzem sensivelmente a possibilidade de um default soberano no curto prazo. Também fica reduzida a possibilidade de contágio para outros países, bem como os credores gregos ganham mais tempo e oportunidade de ajustarem suas posições ao novo quadro geral."
Guepardo: "Acreditamos que o mercado imobiliário americano ainda é o setor mais atrasado, entendemos que o excesso de oferta criado durante a bolha imobiliária ainda não foi consumido, estima-se que isso deverá ocorrer nos próximos 12 a 24 meses."
"Acreditamos que a cultura grega moderna é tão dependente do governo e tão acostumada ao fato de que sua irresponsabilidade fiscal será salva pelos responsáveis trabalhadores alemães que não restará muita solução, senão um grande remodelamento da cultura grega ou uma eventual saída destes da União Européia."
segunda-feira, 17 de maio de 2010
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