segunda-feira, 26 de julho de 2010

Rentabilidade dos mercados acionários pelo mundo

Fim de mais uma segunda feira nos mercados acionários mundiais e quase fim do mês de julho. Até aqui, devido ao cenário de incertezas e da aproximação dos países em um mundo globalizado, as Bolsas pelo mundo apresentam em sua maioria performances negativas. Para fazer uma comparação mais apurada, colocarei abaixo os rendimentos de diversos índices no ano e seus respectivos resultados em dólar.

Américas:


Índice / No ano / Em dólar
Dow Jones / 0,93% / 0,93%
SP500 / -0,01% / -0,01%
Nasdaq / 1,20% / 1,20%
Mexico IPC / 2,61% / 5,87%
Ibovespa / -3,13% / -4,46%
Europa:

Índice / No ano / Em dólar

FTSE 100 / -1,14% / -5,18%
CAC 40 / -7,63% / -16,28%
DAX / 3,97% / -5,77%
IBEX 35 / -12,00% / -20,25%
AEX / 0,74% / -8,70%
Swiss Market / -5,29% / -6,59%
OMX Stockholm 30 / 11,32% / 9,24%

Ásia:

Índice / No ano / Em dólar

Nikkei / -9,89% / -3,50%
Hang Seng / -4,72% / -4,87%
S&P ASX 200/ -7,89% / -7,47%

Como conclusão sobre os dados acima, é possível fazer uma analogia para entender o por que de alguns países estarem performando de forma superior a outros.

Nas Américas, destaque para a Bolsa eletrônica Nasdaq e para o índice mexicano IPC. A Nasdaq possui uma rentabilidade positiva no mês de julho de 3,3% devido aos resultados das empresas de tecnologia estarem sendo satisfatórios nesse período (2T10) o que proporcionou um ganho no ano de 1,2% para o índice.
O índice mexicano surpreende de forma positiva os investidores em geral e as recomendações sobre a Bolsa daquele país aumentam de forma significativa devido a recuperação econômica do país visto pelos últimos dois PIB's trimestrais divulgados e pelo recente empréstimo do Banco Mundial para o desenvolvimento em infra estrutura. Não a toa e de acordo com expectativas futuras, encontra-se com a segunda melhor performance (dolarizados) dos quinze índices de Bolsas citadas acima, embora o fluxo de dinheiro no IPC não seja grande (cerca de 5 vezes menor que o Ibovespa) . Vale ressaltar que o PIB mexicano contraiu-se 6,5% em 2009, comparável a crise do Peso em 1995. Uma recuperação da economia norte americana também conduz boas perspectivas para a economia mexicana visto a forte dependência das exportações para os EUA.
Já no Ibovespa, como não poderia deixar passar em branco, cito a Petrobras como a principal responsável pelo mau desempenho do índice no ano. A empresa que detém quase 11,5% na participação do índice brasileiro principal, através dos dois tipos de ações (Preferencial e Ordinária), apresenta no ano uma queda de aproximadamente 23%.

Na Europa, apesar do índice alemão DAX apresentar uma rentabilidade positiva no ano, em dólar o mesmo índice apresenta performance negativa de 5,8%. Isso ocorre devido a desvalorização do Euro frente ao Dólar, o que é possível notar também o porque dos fracos desempenhos dos outros países da zona do Euro como Reino Unido, França e principalmente Espanha. Esta última além do fator já citado, preocupa o fato do desemprego oficial estar em torno dos 20% o que afeta os resultados ainda mais além da desvalorização de sua moeda corrente.
Pelo campo positivo, reinam absolutamente tranquilos, em comparação com os mercados acionários citados anteriormente, os investidores da índice nórdico (OMX Stockholm 30). As empresas com maior destaque e liquidez são: Ericsson, SwedBank, Volvo e Sandvik.

Pelo lado ásiatico, fica como destaque o índice Nikkei e a recuperação da moeda japonesa (yen) frente ao dólar norte americano, no ano. O índice do mercado acionário vem em forte declínio desde o início da década de 90, tentando uma recuperação sem sucesso entre 2004 e 2008. Já o mercado acionário Chinês, através de seu índice SEC (Shanghai Stock Exchange) apresenta uma rentabilidade no ano negativa de 21,3%, principalmente em relação as dúvidas à continuidade da forte expansão do PIB e projeções de crescimento de setores da economia.

domingo, 18 de julho de 2010

Títulos Públicos

Alocação de Recursos significa nada mais que diversificação do portfólio de investimentos de acordo com o lema: "obter o maior retorno, através do menor risco". Nesta diversificação utilizam-se diversas alternativas como Ações, Títulos Públicos e/ou Privados, Dinheiro (leia-se moeda nacional ou internacional), Imóveis e/ou Fundos Imobiliários, Commodities e outros investimentos alternativos como Hedge Funds, Private Equity, Venture Capital,.....

Neste post, especificamente, comento sobre Títulos Públicos, que são a forma do Governo Federal captar recursos financeiros para investimentos em infra-estrutura, educação, saúde etc,... e para o financiamento da dívida pública.

E por que alocar parte dos recursos em Títulos Públicos? Na verdade, estes títulos além de ser uma forma de diversificação do portfólio de investimentos podem proporcionar rentabilidades superiores a outros investimentos de Renda fixa como o CDB e Poupança.

As características dos Títulos Públicos são variadas conforme apresentação abaixo:
LTN (Letras do Tesouro Nacional): Títulos com rentabilidade definida (taxa fixa) no momento da compra, ou seja, no momento do investimento, sabe-se qual será o valor final. A forma de pagamento é no vencimento do título.
LFT (Letras Financeiras do Tesouro): Títulos com rentabilidade diária vinculada a taxa de juros básica brasileira. A forma de pagamento é no vencimento.
NTN-C (Notas do Tesouro Nacional - série C): Títulos com rentabilidade vinculada à variação do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), acrescida de juros definidos no momento da compra. A forma de pagamento ocorre de forma semestral (juros) e no vencimento (principal).
NTN-B (Notas do Tesouro Nacional - série B): Título com rentabilidade vinculada à variação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), acrescido de juros no momento da compra. A forma de pagamento ocorre de forma semestral (juros) e no vencimento (principal).
NTN-B Principal (Notas do Tesouro Nacional - série B): Se difere do título acima apenas na forma de pagamento onde não há pagamento semestral de juros e sim, apenas no vencimento (principal).
NTN-F (Notas do Tesouro Nacional - série F): Título com rentabilidade prefixada, definida no momento da compra. A forma de pagamento ocorre de forma semestral (juros) e no vencimento (principal).

Referente aos custos, além do valor pago pelo Título, A CBLC (Cia. Brasileira de Liquidação e Custódia) cobra uma taxa de custódia de 0,4% ao ano sobre o valor da compra referente aos serviços de guarda e movimentação dos títulos pelos investidores. Outra taxa a ser cobrada pela compra e "manutenção" dos títulos é feita pelo Banco ou Corretora. As taxas destes últimos variam de 0 (zero) a 4,0% ao ano. Caso tenha interesse, segue o link dos agentes de custódia integrados e/ou habilitados e suas respectivas taxas referentes ao Tesouro Direto. http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro_direto/agentes_integrados.asp

Em relação ao Imposto de Renda a ser cobrado pelos Títulos, é imputado o imposto regressivo, ou seja, o mesmo utilizado para os fundos de Renda Fixa. Isso significa que para o investidor o melhor a fazer é permanecer com o título sob sua guarda até no mínimo 720 dias ou quase 2 anos. Além de oferecer essa vantagem aos detentores de títulos mais longos, o tesouro Direto oferece também melhores taxas para prazos mais longos. Atualmente os títulos que oferecem melhores rentabilidades são as NTN-F ou LTN.

Caso tenha mais dúvidas sobre essa modalidade de aplicação, segue o link do Tesouro Direto: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro_direto/

Alguns outros comentaristas mais conhecidos de investimentos estão sempre abordando o tema Títulos Públicos. Dentre eles, recomendo o link do Mauro Halfeld: http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/mauro-halfeld/MAURO-HALFELD.htm ou o Blog do Gustavo Cerbasi: http://portalexame.abril.com.br/rede-de-blogs/blog-do-cerbasi/

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Fórmulas Fundamentalistas

Muitos investidores fundamentalistas têm sua própria maneira de investir, porém alguns aspectos se encaixam de uma forma mais adequada a cada perfil. Neste post, comentarei sobre dois ícones que inspiram muitos outros investidores em valor do mercado acionário: Joel Greenblatt e sua fórmula mágica e Benjamim Graham para investidores defensivos

Joel Greenblatt apresenta em seu livro "The Little Book that beats the market" seu método de investimento: Magic Formula ou Fórmula Mágica. Nesta fórmula ele mostra como comprar uma boa empresa a um preço satisfatório seguindo um critério pré-estabelecido e simples através de um ranking formado após a utilização dos indicadores Preço/Lucro e ROE (Return on Equity ou Rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido) das empresas listadas em Bolsa. Para isso, é necessária a criação de três listas/colunas. Na primeira colocam-se as empresas com P/L menor para o maior. Na segunda, imputa-se o ROE no sentido do maior para o menor e na terceira chega-se ao resultado após a soma das posições das empresas. Neste caso, a melhor alternativa é a empresa que apresenta menor valor na soma. Greenblatt também propõem que o investidor forme uma carteira baseada na fórmula mágica com cerca de doze ações, comprando três a cada trimestre e delas faça um rodízio anual. Abaixo, apresento de uma forma melhor visualizada. Apenas para elucidar este conceito, irei utilizar as cinco empresas que possuem maior percentual no Índice Bovespa na atualidade.

Coluna 1 - P/L
PETR4 - 7,8 - 1
BBDC4 - 13,2 -2
ITUB4 - 15,0 -3
VALE5 - 20,6 - 4
BVMF3 - 25,5 - 5
Coluna 2 - ROE
ITUB4 - 21,3% -1
PETR4 - 18,1% - 2
BBDC4 - 19,5% - 3
VALE5 - 10,0% - 4
BVMF3 - 4,7% - 5

Coluna 3 - Resultado
PETR4 - 1+2=3
ITUB4 - 3+1=4
BBDC4 - 2+3=5
VALE5 - 4+4=8
BVMF3 -5+5=10

Portanto, para Greenblatt, através de sua Fórmula Mágica a melhor alternativa de investimento seria a Petrobras (PETR4).
Há um link bem interessante que apresenta um estudo um pouco mais completo dos últimos anos sobre os resultados apresentados seguindo este método versus os mercados acionários.
http://www.fundamentus.com.br/arquivos/greenblatt.pdf


Ben Graham descreve no livro "O Investidor Inteligente" algumas condições que o investidor defensivo deve analisar para a escolha de ações como: Tamanho adequado da empresa; Uma condição financeira suficientemente forte; Estabilidade de lucros; Histórico de dividendos; Crescimento dos lucros; Razão preço/lucro moderado; Razão preço/ativos moderada. Nesta última, o investidor analisa que "o preço atual da ação não deveria ser mais do que 1,5 vez o último valor contábil divulgado. No entanto, um múltiplo de lucros inferior a 15 poderia justificar um múltiplo de ativos correspondentemente maior. Como uma regra de bolso, sugerimos que o produto do múltiplo não deva exceder 22,5."
Para exemplificar melhor esta conta, apresento abaixo os mesmos ativos que utilizei na fórmula acima.

Ação - P/L - P/VPA - Produto
PETR4 / 7,8 * 1,4 = 10,9
BVMF3 / 25,5 * 1,2 = 30,6
BBDC4 / 13,2 * 2,6 = 33,7
VALE5 / 20,6 * 2,1 = 42,2
ITUB4 / 15,0 * 3,2 = 48,1

Portanto, para Graham, a única alternativa de investimento nesse momento seria Petrobras (PETR4). Neste caso, é fácil verificar que seguindo as duas lógicas dos investidores, Petrobras seria a melhor escolha. Nota-se também a disparidade dos interesses sobre ITUB4.

De forma óbvia estas são idéias interessantes e estudadas que ao longo do tempo se mostraram eficientes, cada uma de acordo com sua lógica, e que foram adotadas pelos investidores. Acredito ser válido estes dois pontos implementados, porém como uma forma inicial de "peneirar" os investimentos em ações. Há também diversos outros fatores que devem ser levados em consideração como os indicadores PSR, as Margens de cada empresa, as respectivas dívidas, crescimento anual, perspectivas do setor e administração da empresa.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Indicadores por setor - Atualização



Apenas como atualização de indicadores é possível ter uma noção mais direta sobre o momento atual das empresas e de suas pares. Neste post comento sobre este momento e destaco as melhores empresas de cada setor, segundo seus respectivos indicadores.
Construção Civil: A visão sobre este setor não se modificou das últimas considerações feitas neste mesmo Blog. A continuidade da expansão dos resultados das empresas e do momento vivido pelo setor no Brasil é claramente visualizado, principalmente nos grandes centros. Há, por outro lado, os que consideram que uma grande bolha especulativa vem sendo construída ao longo dos últimos meses. A alta da taxa de juros no país aliado a adoção ao padrão IFRS de contabilidade são os riscos mais iminentes no momento às empresas deste setor.
Como indicadores atuais visualizados na tabela, Eztec e Helbor continuam como os destaques positivos do setor. Baixos P/L, P/VP, P/EBIT, PSR são dados atuais das empresas que chamam atenção, da mesma forma como a Margem Líquida de Eztec que continua a ser um diferencial para a empresa. É possível, também, destacar de forma positiva no momento Even, Cyrela e Tecnisa.
PDG Realty e Gafisa podem ser boas alternativas em um futuro próximo devido as recentes incorporações de Agre e Tenda, respectivamente, porém no momento atual há outras alternativas mais interessantes como as destacadas acima.
Siderurgia: Com indicadores não muito atraentes no momento como P/L, PSR, DY e ROE, os investidores em valor das empresas deste setor vem sofrendo com a instabilidade dos mercados e aguardam os próximos resultados, principalmente após os reajustes de preços do minério. Pelo lado negativo fica a divulgação recente da diminuição do crescimento da China de 0,3% no mês de Abril, abaixo das expectativas de 1,7%, o que pode refletir diretamente nos resultados futuros das empresas exportadoras de minério.
Consumo: O setor que apresenta os indicadores mais elevados dentro dos quatro analisados neste post. Como destaques positivos no momento, cito Souza Cruz e Pão de Açucar. A primeira principalmente pelo seu bom histórico de pagamento de dividendos. Já a segunda por além de apresentar indicadores interessantes como PSR e Giro de Ativos, cria uma expectativa maior entre os investidores pela fusão com a Casas Bahia.
Medicamentos: Um setor que vem se expandindo nos últimos meses por fusões e aquisições. No momento atual, segundo tabela acima, o destaque fica por conta da Cremer pelo alto ROE e por seu alto DY devido não apenas a distribuição de dividendos e juros sobre capital próprio, mas também as restituições de capital da empresa.
Todos os indicadores foram retirados do site www.fundamentus.com.br ao final do pregão de 7/7/10.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Resultados Financeiros

Fim do primeiro semestre de 2010 e início da expectativa sobre a apresentação de resultados das empresas de capital aberto sobre o trimestre que passou. O que esperar dos resultados desse segundo período do ano? Muitas vezes difícil de mensurar até pelos analistas que cobrem as empresas no dia a dia pelas diversas variações que ocorreram ao longo dos últimos três meses. Nesse post, especificamente, irei comentar sobre o resultado financeiro de três empresas: B2W (BTOW3), Fertilizantes Heringer (FHER3) e Minerva (BEEF3). Por que a escolha dessas três empresas? Pelo simples fato dos resultados financeiros apresentados nos últimos períodos terem sido, digamos, desastrosos para o resultado final de cada companhia, impactando nos indicadores e consequentemente nas cotações de suas respectivas ações.

B2W (BTOW3):
Período / Resultado Financeiro / Lucro Líquido

1T09 R$ (-61.761) R$ 8.034
2T09 R$ (-66.285) R$ 13.739
3T09 R$ (-61.846) R$ 13.481
4T09 R$ (-95.848) R$ 12.355
1T10 R$ (-65.849) R$ 4.209

Segundo a empresa em sua última apresentação de resultados, a despesa financeira da companhia é composta de Juros e Correções Monetárias sobre Empréstimos e Financiamentos, custo de Desconto de Recebíveis, Impostos sobre Transações Financeiras e outras despesas. Um tanto quanto imcompreensível é o modo da empresa apresentar como eficiência uma melhora do resultado do 1T10 sobre o resultado do 4T09. De fato, o resultado foi menos pior e não melhor como segue na apresentação.
Pelo lado positivo, pode-se observar, segundo o ITR (Informações Trimestrais) apresentado no site da BMFBovespa, na Demonstração do Fluxo de Caixa Consolidado, que as Receitas Financeiras aumentaram 80%, enquanto que as despesas tiveram um aumento de 32% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Pelo lado negativo, no mesmo período indicado acima, destaca-se o aumento de 125% nos custos dos descontos de recebíveis.
É preciso notar, também, que a dívida líquida da companhia encerrou o 1T10 em R$704,4 milhões ante R$520,5 no trimestre anterior, ou seja, um aumento de 35%.


Fertilizantes Heringer (FHER3):
Período / Resultado Financeiro / Lucro Líquido

1T09 R$ 6.561 R$ 4.869
2T09 R$ 116.435 R$ 60.071
3T09 R$ 1.013 R$ 29.768
4T09 R$ (-12.079) R$ (-35.200)
1T10 R$ (-28.643) R$ (-18.711)

Diferentemente da B2W, a Fertilizantes Heringer apresenta resultados extremamente inconstantes em cada período. O resultado do primeiro trimestre foi mais do que duplicado no campo negativo em relação ao trimestre anterior. No 1T10, devido a exposição cambial e ao aumento do dólar, o resultado financeiro foi deteriorado. O que preocupa para este próximo resultado a anunciar foi a contínua valorização do dólar no período. Neste segundo trimestre do ano, a moeda norte americana valorizou-se 2% ante o Real.
No primeiro trimestre do ano as Receitas Financeiras subiram 38%, enquanto que as Despesas 139%. A continuar neste ritmo, e o dólar valorizando-se, não se vê perspectivas interessantes na empresa, pelo menos a curto prazo no que tange aos resultados financeiros.
Ao final do primeiro período de 2010, a Dívida Líquida da companhia se encontrava próxima a R$ 467 milhões e a Dívida Bruta/Patrimonio Líquido em mais de 2 vezes. A liquidez corrente em 0,74 também indica que a empresa pode ter dificuldades de pagamento nas dívidas de curto prazo.

Minerva (BEEF3):
Período / Resultado Financeiro / Lucro Líquido

1T09 R$ (-34.774) R$ 0.964
2T09 R$ 24.732 R$ 56.899
3T09 R$ (-32.249) R$ 5.949
4T09 R$ (-25.488) R$ 17.540
1T10 R$ (-64.578) R$ (-23.155)

Os resultados financeiros desta companhia também não são nada animadores. Como é possível verificar, houve um aumento de 153% na deterioração do resultado do 1T10 ante o período anterior. Segundo a empresa, este resultado foi crescente devido a exposição cambial em dólar, despesas não recorrentes relacionadas a emissão de notes e despesas adicionais relacionadas à amortização antecipada das dívidas de curto e médio prazo. As Receitas Financeiras no período ante o trimestre anterior aumentaram 66%, enquanto as Despesas aumentaram 131%.
O que pode proporcionar novamente impacto negativo para este próximo resultado é outra vez a valorização da moeda norte americana, visto que 75,4% dos emprestimos estão indexados em moedas estrangeiras.
O que pode modificar este panorama é modificação do Diretor Financeiro da empresa que iniciou suas atividades em Maio.
Ao final do primeiro período de 2010, a Dívida Líquida encontrava-se em R$882,5 milhões. A Dívida Bruta/Patrimônio encontrava-se em 2,68.


Com os dados e constatações acima, pode-se verificar a inconstância destas empresas no que tange aos seus respectivos resultados financeiros e o impacto deles no lucro líquido final. Portanto, o que resta aos investidores no momento é aguardar os resultados do próximo período e verificar a capacidade de mudança ou continuísmo de maus resultados financeiros e o impacto que isso trará as suas respectivas ações.