quinta-feira, 25 de março de 2010

Bate Papo com Didi Aguiar

A partir de hoje inauguro uma nova etapa neste Blog. Nela, convidarei pessoas relacionadas ao mercado financeiro para um pequeno bate papo, onde o aprendizado e o conhecimento estarão sempre em primeiro plano. Para esse primeiro bate papo, tenho o prazer de receber Didi Aguiar, um dos mais bem sucedidos analistas técnicos do nosso país.

Blog SempreInvestir: Quando começou a operar por analise técnica não havia softwares sofisticados como temos hoje em dia. Como trabalhava na época? Não havia muita manipulação, o que dificultava o resultado nas operações?
Didi: "Não havia muita manipulação, o que dificultava o resultado nas operações? Quando comecei só se falava em "Ponto Figura"!! Mas em 1986, já havia saído um software: o Metastock. Dava para inserir os dados na munheca e víamos o gráfico diário. Havia muitas manipulações, mas eu estava por dentro delas uma vez que trabalhava na administração de carteiras do Crefisul, que na época era o Banco que mandava no mercado."

Blog: Após muitos anos de experiência, chegou à formação de indicadores ideal a seu ver se tornando uma fórmula de sucesso que é muito utilizado por diversos traders. Como chegou nesses indicadores utilizados?
Didi: "Experimentando, recalibrando, usando, selecionando no dia a dia do mercado. Na verdade procurei por indicadores que me respondessem as dúvidas que um trader tem durante um game: 1-Para que lado vai?? 2-Vai haver continuidade desse movimento?? 3-Até onde isso deverá acontecer??"

Blog: O que considera mais importante: Candlesticks ou Indicadores? Por que?
Didi: "Sou suspeito para responder isso porque sou absolutamente apaixonado por Candle. Mas para o trade, também não abro mão dos indicadores. Numa guerra leva-se granadas, revólveres, metralhadoras, etc..
No mercado uso Candle, indicadores, e as figuras de impulso. Mas se Deus me obrigasse a decidir por um só método, escolheria Candle."

Blog: Nos últimos anos, o mercado de analise técnica tem crescido muito no Brasil. Por que acha que isso está ocorrendo? Mesmo nesse ritmo de crescimento, ainda estamos atrasados em relação a outros países nesse mercado?
Didi: "Engana-se quem pensa que nosso mercado financeiro é de terceiro mundo como o Brasil era há alguns anos atrás. Mesmo nesta época nosso mercado já era bem desenvolvido em termos de tecnologia. Acredito que é cultural e está sendo modificado, o perfil do nosso mercado. Acho que ainda cresce muito conforme o Brasil vá deixando a ignorância e a pobreza para trás."

Blog: Quais os fundamentos essenciais para se tornar um analista técnico de sucesso?
Didi: "Conhecimento de análise gráfica (20%), disciplina (40%) e atitude (40%)."

Didi, este Blog gostaria de agradecê-lo mais uma vez pela participação e por nos passar conhecimentos e histórias de mercado.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Correlação Economia X Bolsa - (EUA)

Para falar e comprovar algo sobre economia, resolvi levantar alguns dados dos EUA nos últimos 30 anos e com isso tentar estabelecer uma correlação de acompanhamento entre a economia real do país e o índice Dow Jones. E, como números passados são fatos comprovados, é fácil verificar como tudo que gira na economia de um país reflete diretamente na Bolsa. Isso fica mais evidente nos gráficos postados acima.

Levando-se em conta uma amostra desde 1948, para se ter uma idéia do nível atual de desemprego apresentado pelo governo norte americano (9,7% em fevereiro de 2010), os meses com maior índice de pessoas que ficaram sem trabalho no país ficou em 10,8% em novembro e dezembro de 1982. Esses números apenas não aparecem nos gráficos acima, pois os mesmos apresentam a média da taxa de desemprego nos respectivos anos.

Entretanto, é interessante notar que em todos esses anos onde a taxa de desemprego foi alta, a Bolsa andou no mesmo lado, ou seja, também registou alta. Isso, curiosamente, mostra como o mercado de fato antecipa fatos e notícias e mostra a correlação que há entre a economia real e a Bolsa. Como exemplo, é possível citar o ano de 1982 com uma taxa de desemprego em 9,7% (a maior desde a amostra de 1948), o PIB negativo em 1,9% e a Bolsa que registrou alta de 19,6%.

Outro ano que também chama a atenção foi o de 1995, onde a Bolsa teve a maior alta desde 1980 com 33,5%, um PIB de 2,5% (pouco abaixo da média dos últimos 30 anos que é 2,7%) e o nível de desemprego que ficou em 5,6%, refletindo as previsões de melhoras e perspectivas futuras que realmente vieram a ocorrer nos 4 a 5 anos seguintes com PIB's acima da média desde 1980 na casa dos 4,3% e taxa de desemprego em 4,6%, abaixo da média do registrado nos últimos anos que é 6,2%.

De fato, há mais diversos dados a serem compreendidos e verificados nessa correlação economia-Bolsa, porém os exemplos e gráficos acima ressaltam a importância de analisar o passado e sempre estar atento às perspectivas futuras para se ter um maior conforto e segurança nos investimentos.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Palavras de um Especulador

Apesar das diversas frases interessantes citadas no livro How to Trade in Stocks - Jesse Livermore, mencionado no post anterior, decidi selecionar apenas algumas e colocá-las para conhecimento de alguns e reflexão para outros:

"I have never undestood why people think making money in the market is easy. We all have our own businesses. I would never ask my good friend Ed Kelley, the head of United Fruit Company, to tell me the secrets of the fruit business, or Walter Chrysler about the automotive business. So, I could never undestand when people asked me: How can I make some fast money in the stock market?"

"Play the market only when all factors are in your favor. No person can play the market all the time and win. There are times when you should be completely out of the market."

"Time is not money because there may be times when your money should be inactive - Time is Time - and - Money is Money - often money that is just sitting can later be moved into the right situation and make a fortune - PATIENCE-PATIENCE-PATIENCE was the key to success - don't be in a hurry."

"Nothing ever changes in the market - the only thing that changes are the players, and the new players have no financial memory of the previous major cycles, like the crash of 1907, or the crash of 1929, because they have not experienced them. It may be new to the speculator - but it's not new to the market."

"Beware of ignorance - The maket must be studied and learned, not in a casual way, but in a deep knowledgeable way. The stock market, with its allure of easy money and fast action, induces people into the foolish mis-handling of their money like no other entity. The reverse of ignorance is knowledge, and knowledge is power."

"Speculation is a business, and like any other business it takes hard work and diligence to succeed."

"There is nothing new on Wall Street or in stock speculation. What has happened in the past will happen again, and again, and again. This is because human nature does not change, and it is human emotion, solidly built into human nature, that always gets in the way of human intelligence. Of this I am sure."

sábado, 13 de março de 2010

Mais Livros....

Dando continuidade a seção Livros deste Blog, nesse post apresento mais algumas obras e meus comentários sobre as publicações:

Security Analysis on Wall Street: a Comprehensive Guide to Today's Valuation Methods - Jeffrey C. Hooke
Esta obra é um guia teórico de como fazer o processo de Valuation de uma empresa. Nela, é apresentada diversos fatores que são necessários para avaliar uma empresa e verificar um eventual preço justo para a mesma seguindo um modelo passo a passo que coloco a seguir:

1 - Introduction
2 - Macroeconomic Review
3 - Relevant Stock Market Prospects
4 - Review of the Company and Its Business, Industry Analysis and Company-Specific Analysis
5 - Financial Analysis
6 - Financial Projections
7 - Application of Valuation Methodologies
8 - Recommendation

No modelo acima, o autor apresenta diversos exemplos e cita fatores que contribuem para uma avaliação positiva ou não da empresa.
Uma leitura um pouco massante às vezes, mas que vale a pena para quem tem interesse de aprender o processo de valuation de uma empresa.

Faça Fortuna com Ações Antes que Seja Tarde - Décio Bazin
Apesar de ser um pouco antiga (escrita em 1994), nesta obra o autor apresenta sua fórmula que considera ideal para o mercado de ações: Dividendos.
Vejo em certos momentos o autor de certa forma obcecado por essa fórmula que considera ideal e única para o sucesso nos investimentos em Bolsa. Na obra o autor também apresenta diversos artigos escritos à época no Jornal Gazeta Mercantil e na Revista Balanço Financeiro onde era redator e articulista. Isso torna a obra mais interessante, pois apresenta histórias reais da época.
Nos últimos capítulos, o autor apresenta e apresenta exemplos de operações com opções de ações.
Particularmente, gostei da leitura e de ver mais um exemplo prático de como se obter sucesso nesse mercado. Como ponto negativo cito o deboche do autor aos mencionar alguma vezes os analistas técnicos. Digo isso, pois para mim cada um possui estratégia diferente para obter sucesso nesse mercado acreditando e estudando os fatores que podem ser proporcionados para tal.

How to Trade in Stocks - Jesse Livermore
Jesse Livermore foi um dos maiores traders de toda a história de Wall Street. Iniciou suas operações no início do século passado e parou apenas na década de 40, fazendo fortuna utilizando três fatores preponderantes, segundo ele, para o sucesso no mercado de ações: timing nas operações, gerenciamento de recursos e controle emocional.
Apesar da obra original ter sido escrita em 1940, há comentários mais recentes de Richard Smitten, que apresenta gráficos para citar os exemplos de timing nas operações de J.L., como era chamado na época.
Além de conhecer a história do trader, o livro se torna muito interessante pois nele é possível aprender com acontecimentos de décadas atrás. Gráficos de ações, psicologia de massa e gerenciamento de recursos são também temas muito abordados.

The All Season Investor - Martin J. Pring
Nesta obra, aborda-se um tema diferente do usual. Nela, escrita em 1992, o autor apresenta os ciclos do mercado e sua correlação entre ativos. Começando por Asset Allocation, passa-se a explicação de cada ativo mencionado posteriormente (Títulos, Ações e Commodities) e após isso a correlação entre eles dentro de cada ciclo.
No fim das contas, o capítulo 8 se torna o mais importante pois nele é apresentado o que tanto se espera nessa obra: os seis estágios do mercado. Nele o autor comenta a real correlação de cada ativo dentro de cada estágio do mercado.
Considerei um livro muito interessante por abordar um tema bem diferente e que passa um conhecimento novo aos investidores em geral e, que não conhecem, principalmente o movimento macro do mercado norte americano. Como ponto negativo ficam algumas dúvidas, pois o livro é generalista envolvendo muito da economia real. Como complementação a essa leitura, me foi indicado o livro: Intermarket Analysis - John Murphy, porém ainda não o li.

Assim como o livro de Murphy mencionado acima, tenho mais de uma dezena de livros em casa a serem lidos e assim que os ler, passarei minhas críticas aqui no Blog.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Microsoft


Essa semana resolvi dar uma analisada em uma empresa muito conhecida pelo público brasileiro, porém distante dos números que ela apresenta ano a ano. Pois bem, a empresa a ser comentada nesse post é a Microsoft. Fundada em 1975 e situada nos EUA, seu maior negócio é desenvolver softwares e serviços de computador para o mercado.

Dando uma lida no annual report de 2010 da empresa, é possível verificar seus belíssimos números, e eles chamam muito a atenção. Comecemos, então, a analisar os dados inseridos na tabela acima:

É bem verdade que o Índice P/L não está dos melhores, mas longe de estar em um valor desinteressante. Vendo pelos últimos anos, o índice apresentou uma variação moderada e chegou a estar próximo de 10 no ano de 2008, onde apresentou uma admirável Receita Bruta. Aliás, a melhor Receita de todos os tempos da companhia.

Passando para os dividendos, nota-se uma política diferenciada na empresa. A Microsoft deixou de repassar dividendos aos acionistas durante 17 anos para re-investir o valor na própria companhia e com isso apenas ao fim de 2003 decidiu iniciar um repasse de parte de seus lucros aos acionistas. Em Julho de 2004 a empresa repassou um dividendo especial com payout de 21% à época. O Dividend Yield atual não chega a ser nada animador (apenas 1,5%), porém o payout vem aumentando ano a ano (excluindo 2004) e em 2009 chegou a ser de 31%.

Como mencionado anteriormente, a Receita Bruta em 2008 foi a maior da história da companhia chegando à casa dos US$60 Bilhões. No ano de 2009, houve um decréscimo pela junção de dois fatores principais: a recessão que atingiu os EUA e grande parte do resto do Mundo e a má aceitação do mercado em relação ao novo produto da empresa, o Windows Vista.

Outro valor que chama bastante atenção, é o valor que a empresa mantém em caixa. Sinceramente, não fui a fundo suficiente para saber o porque de manter uma política com valor tão alto parado em caixa. Uma pena que não conhecem nosso Brasil e sua enorme taxa de juros, pois com isso, poderiam aplicar, quem sabe, 20% desse valor num simples CDB pagando até pouco mais que 100% do CDI, rentabilizando esse valor em caixa. Há quem diga que há o risco do Brasil quebrar ou da possibilidade da desvalorização da moeda americana em relação ao real, não compensando este investimento, mas com certeza há operações de tesouraria que de fato ajustariam isso.

O ROE apresentado também não deixa dúvidas do crescimento da empresa ano a ano. A questão agora é: Será que a empresa consegue sustentar esse crescimento de mais de 20% ano após ano ? Pelos números que ela apresenta, é difícil responder não.

Assim como os dados já apresentados acima, o que dizer de uma Margem Líquida mantida nos últimos 4 anos acima dos 20% ? Isso não deixa dúvidas do quão bem a empresa trabalha.

E por fim, vejamos a Dívida de Longo Prazo da companhia. A empresa não contraía dívidas nessa forma há anos, porém deve ter sido oferecido a ela esse valor a um custo baixíssimo, visto a taxa de juros americana atual.
Para que foi contraída uma dívida dessa no valor de 12,5% o correspondente em caixa na empresa é também uma outra questão que fico sem a resposta.

Portanto, tudo são flores na Microsoft e na vida de seus acionistas para os próximos períodos? Eu me arriscaria a dizer que sim.

www.microsoft.com/msft/reports/default.mspf

Indicadores:

Índice P/L = Preço/Lucro - O valor indica, de maneira simples, o tempo necessário, em anos, para que a empresa lucre o equivalente a seu valor de marcado atual.
Preço/EBITDA - Preço dividido pelo fluxo de caixa operacional
Payout - Taxa de distribuição do lucro da empresa para os acionistas na forma de dividendos ou juros sobre capital próprio.
ROE - Retorno sobre o Patrimônio - Indicador financeiro percentual que se refere à capacidade de uma empresa em agregar valor a ela mesmo utilizando seus próprios recursos.
Margem Líquida - Lucro Líquido dividido pela Receita Líquida

domingo, 7 de março de 2010

Operando Spreads


Um tipo de operação muito utilizado no Mercado de Capitais é operar spreads (diferença de valores) entre ativos como ações, derivativos, moedas, etc. Operar spread pode ser também chamado de arbitragem. Isso ocorre quando a diferença no valor da cotação do ativo X se descola mais que o normal dos preços do ativo Y. E, é justamente nesse momento que surge a oportunidade em operar spreads.

A operação pode ser feita pela simples troca de ativos (sempre comprado no ativo) ou como long/short (compra um ativo e vende o outro) acreditando na subida dos preços de um ativo o no declínio dos preços do outro, ganhando assim rentabilidade nas duas pontas.

Apesar das diversas oportunidades que esse mercado apresenta em relação a esse tipo de operação, nesse post, especificamente, irei comentar apenas de ativos do mercado de ações brasileiro.

A operação é feita de forma simples onde ocorrem as trocas do ativo x pelo ativo y, caracterizando uma operação de baixo risco, visto que a empresa onde se está investindo continuará a mesma. Como exemplo irei citar a troca de ações de PETR3 por ações de PETR4. No gráfico acima apresento a diferença real dos ativos ao longo do tempo. Mais abaixo, nesse post, irei apresentar um exemplo fictício dessa operação.

Na cotação real do gráfico semanal, desde fevereiro de 2005 até 5 de março de 2010, podemos notar que a diferença no valor dos ativos já variou entre R$1,62 a R$9,71. Já no gráfico diário dos últimos 18 meses, essa diferença foi de R$9,11 na máxima e R$3,37 na mínima. Uma outra forma utilizada por alguns investidores ou especuladores é calcular a variação percentual de um ativo para o outro, porém considero em valores reais uma forma mais prática.

Num exemplo fictício teríamos em carteira já investidos 1000 ações de PETR3. No momento atual o ativo está a R$35,00. No mesmo momento uma ação de PETR4 encontra-se a R$25,00. No caso, apenas faríamos a troca dos ativos vendendo as 1000 PETR3 a R$35,00 cada e comprando 1400 ações de PETR4 com os mesmos valores adquiridos na venda de PETR3. Aguarda-se então uma maior proximidade do preço dos ativos para fazer à re-troca.
Continuando no exemplo, PETR4 se valoriza mais que PETR3 numa tendência de alta do mercado e agora se encontra a R$30,00 enquanto que PETR3 foi a R$37,00.
Nesse momento pode-se efetuar à re-troca vendendo as 1400 PETR4 a um resultado bruto de R$42.000,00 e comprando 1135 PETR3.
Nesse exemplo específico, o investidor/especulador ganhou 135 ações de PETR3 nessa operação, o que equivaleu a R$4.995,00.
Apresentando as contas de forma mais clara e simples após a re-troca, teríamos R$42.000,00 (1400 PETR4 x R$30,00). Já para PETR3, caso não tivéssemos feito a troca teríamos R$37.000,00 (1000 ações x R$37,00 cada). Ou seja, diminuindo um pelo outro, teríamos apurado um resultado bruto de praticamente R$5.000,00.

Essa operação pode ser feita também quando os ativos estiverem numa tendência de queda, bastando apenas uma anormalidade verificada na base de preços coletada dia a dia ou semana a semana.

No mercado brasileiro, há ainda inúmeras oportunidades desse tipo de operação. O mais normal seria operar com ativos da mesma empresa ou do mesmo setor para haver um melhor gerenciamento de risco. Dentro desses casos é possível operar spread entre VALE5 x VALE3, USIM5 x USIM3, PETR4 x VALE5, BBDC4 x BBAS3, CYRE3 x GFSA3, TAMM4 x GOLL4, TAMM4/GOLL4 x PETR4, etc...

quarta-feira, 3 de março de 2010

ETF (Exchange Traded Funds)

O ETF - Exchanged Traded Funds ou Fundo de Investimento em Índice, busca obter desempenho semelhante à performance de determinado índice de mercado e, para tanto, sua carteira replica a composição desse índice de acordo com as regras determinadas por regulação específica. Negociar um ETF é como comprar ou vender ações no mercado à vista e possuem uma taxa anual.
O primeiro ETF lançado foi nos EUA no fim da década de 80 e hoje é negociado em países como Espanha, Japão, Cingapura, Alemanha, Mexico e Hong Kong.

Nos EUA há 2 ETF's brasileiros sendo negociados: O Ishares MSCI Brazil Index Fund (EWZ) e o Market Vectors Brazil Small-Cap ETF (BRF). No ano de 2009, os dois tiveram desempenho acima da média até o dia 21 de Dezembro, figurando entre os top ten do mercado em termos de rentabilidade. O primeiro teve uma performance de 111% e o segundo ganhando quase 90%.

No Brasil, atualmente, estão sendo negociados 7 ETF's. Vamos então as suas respectivas características.

BOVA11 - Tendo uma média diário de 450 negócios, o Ibovespa Fundo de Índice foi lançado no fim de 2008, sendo composto pelas ações emitidas por companhias que respondam por mais de 80% do número de negócios e do volume financeiro na Bovespa. Em sua carteira com 66 açoões pesam mais a VALE (PNA + ON) com 16% seguida por Petrobras (PN + ON) com 15% e ITUB (Itau/Unibanco) PN com 4,6%. O fundo possui uma taxa de 0,54% a.a.

CSMO11 - O Índice de Consumo iniciou suas negociações ha cerca de 10 dias, apenas. Ele mede o retorno de um investimento em uma carteira teórica composta pelas ações das empresas representativas dos setores de consumo cíclico e não-cíclico. As ações componentes são selecionadas por sua liquidez, e são ponderadas nas carteiras pelo valor de mercado das ações disponíveis à negociação. O Índice sendo composto por 22 ações é liderado no portfólio por Ambev PN com 17%, seguida por Brasil Foods (Perdigão + Sadia) ON com 13,7%, Pão de Açucar PNA com 7,5% e JBS Friboi ON com 6,5%. Possui uma taxa de 0,69% a.a.

BRAX11 - Também recém inaugurado, este Índice replica o IBrX-100, que é uma carteira composta pelas 100 ações mais negociadas em termos de negócios e volume financeiro. Petrobras (PN + ON) com 20,2%, Vale (PNA + ON) com 16% e ITUB PN com 8,6% são os papéis que puxam mais o índice. O fundo possui uma taxa de 0,54% a.a.

MILA11 - Com uma média diária de negociações muito baixa, possuindo em seu portfolio 67 ações, este fundo fde índice busca retornos em relação à performance do índice BMFBovespa MidLarge Cap composto pelas ações emitidas pelas companhias com os maiores valores de capitalização na Bolsa brasileira, cujo valor total represente, conjuntamente, 85% da soma dos valores de capitalização de todas as companhias listadas. Entre os maiores pesos do índice figuram Petrobrás (PN + ON) com 21,3%, Vale (PNA + ON) com 16,8% e ITUB PN com 9,0%. Este fundo possui taxa de 0,54% a.a.

MOBI11 - Outro fundo recém inaugurado e contando com 17 ações em seu portfólio, o Fundo de Índice Imobiliário busca obter retornos de investimentos que correspondam ao desempenho do índice composto pelas ações emitidas do setor do ramo imobiliário. As ações componentes são selecionadas por sua liquidez, e são ponderadas nas carteiras carteiras pelo valor de mercado das ações disponíveis à negociação. PDG Realty ON, Cyrela ON e Gafisa ON figuram entre os papéis com maior peso no índice com 18,4%, 17,5% e 12,3%, respectivamente. O fundo possui uma taxa de 0,69% a.a.

SMLL11 - Também com uma média diária muito baixa de negociações, e contando com 67 ações em seu portfólio, o Small Cap Fundo de Índice busca obter retornos de investimentos que correspondam à performancedo Índice BMFBovespa Small Cap que é composto pelas ações emitidas pelas companhias com os menores valores de capitalização listadas na Bolsa, cujo valor represente, conjuntamente, 15% da soma dos valores de capitalização de todas as companhias listadas. Os setores que mais possuem peso no índice são os setores de Construção e Transporte com 24,8% do portfólio. O fundo possui taxa de 0,69% a.a.

PIBB11 - Sendo o mais antigo ETF negociado na Bolsa brasileira, este índice replica o IBrX-50, que é uma carteira composta pelas 50 ações mais negociadas em termos de negócios e volume financeiro. Petrobras (PN + ON), Vale (PNA e ON) e ITUB PN são os papéis que possum maior peso no índice, que possui uma taxa de 0,059% a.a.

Além das características postadas sobre os Fundos de Índices acima, é interessante mencionar a recente liberação dos Fundos de Pensão para aplicar uma parcela maior em renda variável facilitando a utilização dos ETF's e a definicão de que os ETF's podem representar até 35% da carteira dos Fundos de Ações.

Opinião do Blogueiro: Gosto muito desse tipo de produto pois além de dar mais liquidez ao mercado, o investidor ou gestor tem a oportunidade de investir em setores ou índice que acredita ter maior potencial de valorização, diversificando a carteira sem precisar comprar ação por ação. Acredito que no Brasil, este produto tenha enorme potencial de crescimento e com diversas possibilidades de formação de índices. Como ponto negativo, destaco o critério de seleção dos ativos pela Bolsa brasileira para compor alguns índices. Como exemplo, utilizo o IMOB11 onde PDG Realty tem uma maior participação no índice à Cyrela ON, que além de ser maior em termos de capitalização de mercado, também tem uma média de negociação pouco maior. Outro destaque negativo fica por conta da liquidez dos ativos, que acredito ser muito mais pelo desconhecimento de investidores do que outra coisa.

Caso tenha maior interesse destaco os seguintes links:
http://br.ishares.com/get_started/index.htm
http://www.bmfbovespa.com.br/

*Ações PN (A e B)- Ações que oferecem ao seu detentor prioridades no recebimento de dividendos e/ou, no caso de dissolução da empresa, no reembolso de capital. Em geral, não concede direito a voto em assembléia.
*Ações ON - Confere a seu titular direito a voto em assembléia e não dão direito preferencial a dividendos apesar de ter participação nos resultados econômicos da empresa.
*Taxa a.a. - Ao ano.