quarta-feira, 10 de março de 2010

Microsoft


Essa semana resolvi dar uma analisada em uma empresa muito conhecida pelo público brasileiro, porém distante dos números que ela apresenta ano a ano. Pois bem, a empresa a ser comentada nesse post é a Microsoft. Fundada em 1975 e situada nos EUA, seu maior negócio é desenvolver softwares e serviços de computador para o mercado.

Dando uma lida no annual report de 2010 da empresa, é possível verificar seus belíssimos números, e eles chamam muito a atenção. Comecemos, então, a analisar os dados inseridos na tabela acima:

É bem verdade que o Índice P/L não está dos melhores, mas longe de estar em um valor desinteressante. Vendo pelos últimos anos, o índice apresentou uma variação moderada e chegou a estar próximo de 10 no ano de 2008, onde apresentou uma admirável Receita Bruta. Aliás, a melhor Receita de todos os tempos da companhia.

Passando para os dividendos, nota-se uma política diferenciada na empresa. A Microsoft deixou de repassar dividendos aos acionistas durante 17 anos para re-investir o valor na própria companhia e com isso apenas ao fim de 2003 decidiu iniciar um repasse de parte de seus lucros aos acionistas. Em Julho de 2004 a empresa repassou um dividendo especial com payout de 21% à época. O Dividend Yield atual não chega a ser nada animador (apenas 1,5%), porém o payout vem aumentando ano a ano (excluindo 2004) e em 2009 chegou a ser de 31%.

Como mencionado anteriormente, a Receita Bruta em 2008 foi a maior da história da companhia chegando à casa dos US$60 Bilhões. No ano de 2009, houve um decréscimo pela junção de dois fatores principais: a recessão que atingiu os EUA e grande parte do resto do Mundo e a má aceitação do mercado em relação ao novo produto da empresa, o Windows Vista.

Outro valor que chama bastante atenção, é o valor que a empresa mantém em caixa. Sinceramente, não fui a fundo suficiente para saber o porque de manter uma política com valor tão alto parado em caixa. Uma pena que não conhecem nosso Brasil e sua enorme taxa de juros, pois com isso, poderiam aplicar, quem sabe, 20% desse valor num simples CDB pagando até pouco mais que 100% do CDI, rentabilizando esse valor em caixa. Há quem diga que há o risco do Brasil quebrar ou da possibilidade da desvalorização da moeda americana em relação ao real, não compensando este investimento, mas com certeza há operações de tesouraria que de fato ajustariam isso.

O ROE apresentado também não deixa dúvidas do crescimento da empresa ano a ano. A questão agora é: Será que a empresa consegue sustentar esse crescimento de mais de 20% ano após ano ? Pelos números que ela apresenta, é difícil responder não.

Assim como os dados já apresentados acima, o que dizer de uma Margem Líquida mantida nos últimos 4 anos acima dos 20% ? Isso não deixa dúvidas do quão bem a empresa trabalha.

E por fim, vejamos a Dívida de Longo Prazo da companhia. A empresa não contraía dívidas nessa forma há anos, porém deve ter sido oferecido a ela esse valor a um custo baixíssimo, visto a taxa de juros americana atual.
Para que foi contraída uma dívida dessa no valor de 12,5% o correspondente em caixa na empresa é também uma outra questão que fico sem a resposta.

Portanto, tudo são flores na Microsoft e na vida de seus acionistas para os próximos períodos? Eu me arriscaria a dizer que sim.

www.microsoft.com/msft/reports/default.mspf

Indicadores:

Índice P/L = Preço/Lucro - O valor indica, de maneira simples, o tempo necessário, em anos, para que a empresa lucre o equivalente a seu valor de marcado atual.
Preço/EBITDA - Preço dividido pelo fluxo de caixa operacional
Payout - Taxa de distribuição do lucro da empresa para os acionistas na forma de dividendos ou juros sobre capital próprio.
ROE - Retorno sobre o Patrimônio - Indicador financeiro percentual que se refere à capacidade de uma empresa em agregar valor a ela mesmo utilizando seus próprios recursos.
Margem Líquida - Lucro Líquido dividido pela Receita Líquida

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